Dói muito. O coração aperta. A garganta fecha-se. O ar parece que não quer passar.
A dor é insuportável. Mas sei que vai passar. Passa sempre. Depois de muitas lágrimas vertidas, da fase de negação, da vontade de partir tudo à nossa volta...Tudo passa.
A vida como sempre, trama-nos. A minha pelo menos é especialista em puxar-me o tapete debaixo dos pés. Tira da minha vida as pessoas que melhor me fazem, ou coloca nela amores que alimentam a alma, mas são impossíveis de viver plenamente.
Não é que doa menos de cada vez, mas a experiência ensina-me a lidar com a dor e com a solidão. É algo a que já estou habituada.
No meu pensamento as flores e as estrelas desaparecem lentamente. Sei que prometes que esperas, e neste momento sei que falas do fundo do coração, mas também sei que mais cedo ou mais tarde vai aparecer alguém que preencha melhor o teu coração do que eu. Alguém menos complicada, alguém que não vai ser proibida de te amar.
Sei que não vou ser esquecida, tenho a certeza que daqui a uns anos ainda vais pensar em mim com o carinho de um primeiro amor, espero eu, da maneira que eu sei que vou pensar em ti.
« Amo quem não posso ter, e quero quem não amo.»
No meio disto tudo, o que dói mesmo, o que agoniza o coração, é não possuir uma bola de cristal que me diga se estou a deitar a minha felicidade pela janela. Que me diga ´´estás a ter a atitude correcta´´ ou ´´parva, se o deixas partir ele nunca mais volta a entrar na tua vida''.
Na vida não podemos ter tudo. Se calhar o preço a pagar pelo sucesso é a falta de amor. E eu só tenho de me habituar à ideia.
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